Álvaro contesta liminar concedida a Vicente Guedes Publicado em 15/2/2011, às 19h55
Valença
A liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ao prefeito de Valença, Vicente Guedes (PSC), foi contestada ontem no Tribunal Superior Eleitoral (STE). Através da liminar, Gilmar suspendeu as eleições suplementares de Valença, que aconteceria no dia 6 de fevereiro, e permitiu o retorno de Guedes ao cargo até que todos os recursos de seu processo de cassação sejam julgados. A ação de contestação foi movida por Álvaro Cabral, um dos candidatos a prefeito no pleito, e por sua coligação, "Pela vontade do povo".
- Contestei a liminar porque o Vicente havia sido cassado. É um absurdo uma pessoa que foi julgada, passou por várias instâncias, sete juízes e foi condenada retornar por ação de um juiz com currículo duvidoso, na sexta-feira à noite - justificou Álvaro ao confirmar que havia entrado com a contestação.
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O ex-candidato lembrou que foi um dos mais prejudicados com a suspensão da eleição às vésperas das urnas.
- Não há dúvidas que estamos falando de um ministro polêmico e estou apenas expressando o que Valença pensa. Sem falar no gasto financeiro que tive. Ia para a quarta campanha, ia para o Guiness - ironizou, referindo-se ao livro dos recordes. "A gente ver uma atitude dessas do Poder Judiciário é a pior ditadura que tem. A militar é ruim, mas a gente se une e vence, mas a do Poder Judiciário é ainda pior".
‘Se o daqui retornou, todos os cassados podem retornar'
Álvaro explicou que suas críticas, nesse momento, não são voltadas a Vicente Guedes ou à sua vice, Dilma Dantas, mas à situação imposta pelo STF.- Como o Supremo pode consentir que a colocação de um ministro seja superior à de todos os outros? Toda a população espera que coloquem para frente esta decisão, por colegiado, e que o Supremo resolva a questão. Se o Supremo permitir que ele fique, temos que rasgar a Constituição - desabafou.
Ele advertiu que o retorno de Vicente pode embasar outros processos de cassação pelo país e incentivar outros governantes em situação semelhante a pedir liminares para que aguardem o processo sem sair de suas cadeiras.
- Se o (prefeito) daqui retornou, todos os cassados podem voltar. Tem inclusive um no Piauí que soube de nossa situação e já quer voltar - exemplificou.
Ele tornou as críticas mais ácidas e, mais uma vez irônico, disparou que se o terceiro mandato é permitido, até a Presidente da República, Dilma Rousseff (PT), deveria ser deposta. - O que eles nos mostraram com essa atitude é que todo mundo pode concorrer ao terceiro mandato. Então vamos derrubar a Dilma e botar o Lula, porque o povo prefere o Lula e ele só saiu porque achou que não teria direito ao terceiro mandato. Não pode ter uma visão no país inteiro e em uma, duas ou três cidades ter outra lei - pontuou.
Perguntado se, caso ocorra uma nova tentativa de eleição suplementar, irá concorrer, Álvaro foi direto.
- Vou concorrer sempre, porque sou cidadão brasileiro cumpridor das leis. Tenho direitos e deveres e entre meus direitos está o de concorrer sempre. Tenho um pai e um tio que lutaram contra a ditadura e é meu dever continuar isso. Quero ser candidato e vou até as últimas consequências na lei, mesmo que eu perca - declarou.
FONTE : DIARIO DO VALE
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