Integração de lavoura, pecuária e floresta ganha espaço em Minas Gerais
Estado já conta com 442 Unidades Demonstrativas do projetoMarcelo Lara
Uberlândia (MG)
Minas Gerais já conta com 442 Unidades Demonstrativas de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, sistema que consiste em consorciar diferentes sistemas produtivos de grãos numa mesma área onde também se explora a pecuária e o cultivo de arbóreos. Os técnicos usaram o eucalipto como opção de floresta.
As unidades são usadas como vitrines tecnológicas para pesquisadores extensionistas e agricultores. O sistema é indicado principalmente para recuperar pastagens degradas.
O casal Elidio e Elisabeth plantou 920 mudas de eucalipto em janeiro do ano passado. A propriedade tem 17 hectares. Em um ano é possível perceber a diferença entre a pastagem que está em local aberto, e a consorciada com o eucalipto. O rebanho aproveita a qualidade do pasto e aos poucos vai ganhando sombra, que deve permanecer pelo menos nos próximos seis anos, tempo suficiente para a floresta de eucalipto ficar pronta para gerar renda. É nisso que Elisabeth aposta para diversificar ainda mais a propriedade dentro deste sistema.
— A gente pode pensar que futuramente vai poder ampliar o sítio com esta poupança do eucalipto, que é uma poupança que a gente não vai tirar fora da hora. A gente assim tem uma garantia de dinheiro que não ia ter — conta a produtora rural.
A propriedade do casal foi escolhida pela secretaria de Agricultura de Minas Gerais por meio da Emater para servir de demonstração para pesquisa, e de exemplo aos produtores vizinhos. O investimento com a compra e distribuição de mudas e adubo foi de R$ 1,9 milhão.
As unidades demonstrativas foram implantadas entre 2008 e 2010. No projeto original, a ideia era integrar apenas lavoura e pecuária. Só depois a floresta passou a fazer parte do sistema para entrar no processo de sustentabilidade e criar novas alternativas de renda para o produtor.
— Eu pretendo comprar mais vacas, comprar um ordenhazinha, aumentar meu canavial. Futuramente, com mais vacas, tem que ter mais cana — diz Elídio Felix Pereira.
O agrônomo da Emater-MG, Osvaldo Marques Filho, explica como esta integração com o eucalipto ajuda na pecuária de leite.
— Você já vê uma pastagem de melhor qualidade no período seco, que não sente tanto devido ao sombreamento. Tem um teor de umidade maior no solo também e isso é beneficio para pastagem, porque quem mexe com gado de leite precisa de sombra e água para produzir leite. Isso tem sido muito importante — afirma.
O pecuarista e supervisor de marketing da ABCZ, João Gilberto Bento, também está implantando o sistema na propriedade. Ele lembra que mesmo que temporária, a floresta ajudará a diminuir o chamado efeito estufa.
— Elas também contribuem muito no balanço do sequestro de carbono, principalmente a madeira que for para a construção civil — comenta.
CANAL RURAL
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