domingo, 22 de maio de 2011

h40min

Agricultura familiar investe na produção de ervilha no sul de MG

Município de Camanducaia tem cerca de 80 hectares ocupados pela cultura

Mais de 50 produtores da agricultura familiar de Camanducaia, no sul de Minas, estão cultivando ervilha, leguminosa que tem grande valor comercial e não demanda grandes áreas para o plantio. O município tem hoje cerca de 80 hectares ocupados só pela cultura da ervilha de grão, e os produtores locais atendem principalmente a demanda do Estado de São Paulo.
Os produtores são assistidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
– A ervilha produzida em Camanducaia é da espécie Utrillo, que é importada e tem qualidade superior às demais, sendo utilizada in natura. Conduzida sob tutoramento, é uma cultura que pode ser bem praticada pela agricultura familiar, pois não precisa de grandes áreas. Tem bom valor comercial, uma vez que agrega grande utilização de mão de obra nos desbastes, capinas e amarrios (estacas de sustento) frequentes – explica o engenheiro agrônomo da Emater-MG, Hélio João de Farias Neto.
Segundo o extensionista, a ervilha de grão também produz o ano inteiro, mas tem de ser plantada no sistema de rotação, intercalando o plantio com três a quatro ciclos de outra cultura, para evitar doenças e pragas.
As ervilhas de Camanducaia abastecem principalmente a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e a Ceasa de Campinas.
– Em média são produzidos cerca de 500 sacos de vagens por hectare (sacos de 10 quilos). O valor de comércio é muito bom. Cerca de R$ 20 a R$ 60 por cada saco de dez quilos de ervilhas sem debulhar – afirma Hélio Neto.
O engenheiro acrescenta que a cultura da ervilha de grão colabora para a diversificação na agricultura do município, onde já são destaques as lavouras de batata, brócolis, couve-flor e cenoura.
– Assim o produtor rural consegue ter maior sustentabilidade no próprio agronegócio, o que dá mais segurança em épocas de grandes variações nos preços dos produtos rurais – argumenta.
Menor custo
O produtor familiar Ronaldo Benedito Cardoso também confirma o bom retorno no plantio da leguminosa.
– O plantio de ervilha é um bom negócio, pois esta é uma cultura que produz o ano inteiro a um custo menor que outras. Um quilo de semente rende 30 quilos do produto, o que já diminui o custo de produção – argumenta.
Benedito Cardoso assinala que há seis anos investe na atividade e anualmente costuma ocupar até seis hectares da propriedade com a cultura do grão. A produção é toda vendida para a Ceagesp. Ele também revende a produção que compra de outros agricultores do município.

GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIs

domingo, 15 de maio de 2011

AMBIENTALISMO DE RESULTADO !!

Ambientalismo de Resultado


by Redação

década de 50, o governo obrigava desmatar para o agricultor garantir o direito de propriedade. Na década de 60, o governo desmatava nas margens dos rios para combater a malária e a febre amarela. Nos anos 70, o governo incentivava suinocultura na margem dos açudes para fazer a criação dos suínos, aproveitando os dejetos na alimentação dos peixes. Na década de 80, implantou o PROVARZEA (drenagem de banhados) para o plantio nas várzeas, que eram e são as terras mais férteis. Na década de 90, utilizou as áreas com mata para fazer assentamentos da Reforma Agrária classificando áreas com matas como improdutivas.

A partir de 2000 quem fez isso o governo enquadrou como criminoso ambiental. E daí, cara pálida? Hoje, quando se apresenta a proposta para atualizar o Código Florestal brasileiro, respeitando as áreas consolidadas, os ambientalistas mais radicais alardeiam que vão anistiar os desmatadores e aqueles que desrespeitarem a legislação ambiental.

Como engenheiro agrônomo, vivenciei a partir dos anos 70 esta realidade e não é justo que a legislação atual debite essa culpa ao produtor rural e os ambientalistas escondam as mazelas ambientais urbanas elegendo os agricultores os grandes culpados. A legislação ambiental tem dois aspectos, é flexível com fiscalização rigorosa, ou é rigorosa com fiscalização impossível, como é a atual.

Em 1965, quando o presidente Castelo Branco sancionou a lei 4771/65, ou seja o Código Florestal brasileiro, buscou uma alternativa para a época, a mata ciliar tendo como referência a largura do rio, há 45 anos, o parâmetro era a distância geográfica, pois não havia tecnologia, talvez nem energia elétrica para recalcar água para as residências onde se implantaram as cidades. Hoje, temos tecnologia. Não é mais o espaço físico que deve nortear o controle de matas ciliares. Temos que analisar não apenas a largura do rio, mas o que está à margem, ou seja, topografia, textura de solo – argiloso ou arenoso- a sua profundidade, tipo de ocupação urbana ou rural, enfim, a situação local da propriedade conforme orientam os técnicos da Embrapa. Precisamos também usar a tecnologia para combater a erosão, o tratamento do esgoto e o destino correto do lixo das atividades humanas.

É claro que é mais importante que se use a tecnologia para tratar o esgoto e o lixo do que afastar as atividades econômicas um metro a mais a margem do rio, a não ser que seja área de risco, de alagamento ou deslizamentos ou até erosão descontrolada. A tecnologia deve ser usada sim para combater o impacto das atividades humanas ao meio ambiente, as leis devem ser flexíveis e evolutivas conforme a sociedade vai dominando a ciência, isto é, mais ou menos parecido com as leis do trânsito que permitem numa rodovia a mesma velocidade para um Fusca 1970 e um Toyota 2011 com toda a tecnologia incorporada com freios ABS, airbag, computador de bordo, entre outros acessórios.

Por isso, a lei ambiental como qualquer outra legislação tem que evoluir de acordo com a tecnologia gerada, a ocupação territorial humana e a atividade econômica que tem velocidade fantástica e faz parte das transformações que vivemos. Meio ambiente é cada um fazer sua parte com destinação correta do seu lixo e esgoto, e cabe ao poder público investir forte no tratamento de água, esgoto e reciclagem do lixo usando tecnologia. O resto é discurso de ambientalismo radical, que procura um culpado pela degradação do meio ambiente. Culpam os agricultores que lutam pela sobrevivência e são responsáveis pelo pão nosso de cada dia, que chega à mesa de todos os brasileiros.

Vamos refletir e fazer a nossa parte. Assim se desenvolve ambientalismo real, ambientalismo de resultado, não de discursos, utopias, de transferências de responsabilidades ou busca de culpados.



Fonte: Jornal FolhaSete

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mãe Terra

Mãe Terra