terça-feira, 5 de outubro de 2010

CAPIM BRACHIARÃO

Gramíneas Forrageiras [Brizantão, Brachiarão ou Marandu]
O capim-marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) é uma gramínea forrageira perene de hábito de crescimento cespitoso, formando touceiras de até 1,0 m de diâmetro e afilhos com altura de até 1,5 m. Apresenta rizomas horizontais curtos, duros, curvos, cobertos por escamas glabras de cor amarela a púrpura. Suas raízes são profundas o que favorece sua sobrevivência durante períodos de seca prolongadas.
Originário da África tropical, encontra-se amplamente distribuído na maioria dos cerrados tropicais e em áreas anteriormente sob vegetação de florestas da região amazônica.
Clima e solo - vegeta bem em altitudes que variam desde o nível do mar até 1.800 m, principalmente em regiões onde a precipitação oscila entre 1.000 e 3.500 mm/ano. Desenvolve-se bem em diferentes tipos de solos apresentando boa adaptação aos solos arenosos ou argilosos, desde que bem drenados.

Características agronômicas - boa adaptação e produção de forragem em solos de média fertilidade natural; excelente comportamento em solos arenosos; sistema radicular profundo o que permite a obtenção de água durante os períodos de seca; requer solos bem drenados e não tolera o encharcamento prolongado; resistente ao ataque das cigarrinhas-das-pastagens; apresenta maior palatabilidade que as outras espécies de Brachiaria; a dormência das sementes pode ser rompida após 4 a 5 meses de armazenamento ou acelerada mediante escarificação com ácido sulfúrico. Por apresentar hábito de crescimento semi-ereto, forma consorciações bastante equilibradas com leguminosas forrageiras como P. phaseoloides, D. ovalifolium, A. pintoi, C. macrocarpum, C. acutifolium e S. guainaensis. Responde satisfatoriamente à aplicação de doses moderadas de calcário dolomítico (1,5 a 2,0 t/ha) e de fósforo (60 a 100 kg de P2O5). O nível crítico interno de P foi estimado em 1,62 g/kg, o qual foi obtido com a aplicação de 35,7 kg/ha de P.

Estabelecimento - a semeadura deve ser realizada no início do período chuvoso (outubro/ novembro). O plantio pode ser em sulcos espaçados de 0,6 a 1,0 m entre si, a lanço ou em covas (0,5 x 0,5 m) quando se utiliza mudas. A profundidade de semeadura deve ser de 2,0 a 3,0 cm, já que as sementes são pequenas, o que pode ser obtido pela passagem de um rolo compactador. A densidade de semeadura varia de 10 a 15 kg/ha, dependendo da qualidade das sementes e do método de plantio. Quando em consorciação com leguminosas, o plantio pode ser feito a lanço ou em linhas espaçadas de 1,0 a 1,5 m.

Produtividade e composição química da forragem - sua produtividade de forragem, em geral, é bastante elevada, no entanto, pode ser afetada por diversos fatores (solo, espaçamento, densidade de plantio, manejo e condições climáticas). Em Rondônia, as produções de MS estão em torno de 10 a 12 e, 2 a 4 t/ha, respectivamente para os períodos chuvoso e seco. O valor nutritivo é considerado entre moderado e bom, considerando-se consumo, digestibilidade e composição química. Com duas a seis semanas de rebrote apresenta, em média, DIVMS entre 65 e 72%; teores de PB entre 7 e 15%; teores de fósforo de 0,15 e 0,17% e de cálcio entre 0,14 e 0,22%.

Manejo - pastagens bem formadas e manejadas apresentam uma capacidade de suporte de 1,5 a 2,5 UA/ha no período chuvoso e 1,0 a 1,5 UA/ha no período seco, dependendo do sistema de pastejo adotado e da disponibilidade de forragem. Sempre que possível utilizar pastejo rotativo, de modo a otimizar o desempenho animal. Recomenda-se retirar os animais da pastagem quando as plantas forem rebaixadas entre 25 e 30 cm de altura. Os ganhos de peso podem variar de 450 a 600 g/an/dia e entre 400 e 500 kg/ha/ano. Visando conciliar produtividade e qualidade de forragem, as pastagens podem ser diferidas em março para utilização em junho e julho e, em abril para utilização em agosto e setembro. Com este sistema, são obtidos rendimentos de MS entre 5 e 7 t/ha; teores de PB entre 6 e 8% e coeficientes de DIVMS entre 50 e 59%

FONTE:EMBRAPA

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