terça-feira, 5 de outubro de 2010

CAPIM TANZÂNIA

O capim-Tanzânia-1 (Panicum maximum cv. Tanzânia-1) é uma gramínea com plantas de até 1,3 m de altura; as folhas e bainhas não apresentam pilosidade nem cerosidade. Os colmos são suavemente arroxeados e as inflorescências são panículas com espiguetas arroxeadas, sem pilosidade e semelhantes às do capim-colonião comum.

Características agronômicas - requer solos de média a alta fertilidade, mostrando-se exigente quanto ao fósforo, nitrogênio e potássio. No entanto, é capaz de obter, em torno de 37% do nitrogênio necessário ao seu crescimento, via fixação biológica. Em solos com 5 a 8 mg/kg de fósforo, apresenta excelente vigor no estabelecimento, com rápido fechamento da vegetação. Seus rendimentos de MS podem variar de 16 a 20 t/ha/ano. Apresenta teores de PB entre 8 e 13% ao longo do ano, DIVMS de 55 a 70% e alta percentagem de folhas, cerca de 80%, a qual é semelhante a do Tobiatã e superior a do colonião-comum (65%). Produz durante o período seco cerca de 10,5% de seu rendimento anual de forragem, desempenho este três vezes superior ao do colonião comum. Devido ao porte médio e menor fibrosidade dos colmos, não apresenta muita rejeição de consumo como ocorre com as touceiras de Tobiatã e colonião, após o florescimento. É bem aceito por bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos. Consorcia-se bem com leguminosas (P. phaseoloides, D. ovalifolium, C. macrocarpum, C. acutifolium, C. mucunoides, S. guianensis, A. pintoi ). O florescimento está concentrado em abril-maio e seus rendimentos de sementes podem variar de 100 a 200 kg/ha. Possui maior resistência às cigarrinhas-das-pastagens, em relação ao colonião e Tobiatã. Até o momento, tem demonstrado baixa susceptibilidade às doenças foliares, bem como média resistência ao carvão ou cárie do sino que afeta as inflorescências e que pode comprometer seriamente a produção de sementes.

Estabelecimento - A semeadura deve ser realizada no início do período chuvoso (outubro/ novembro). O plantio pode ser em sulcos espaçados de 0,5 a 1,0 m entre si ou a lanço. A profundidade de plantio deve ser de 1,5 a 3,0 cm. A densidade de semeadura varia de 10 a 15 kg/ha, dependendo da qualidade das sementes e do método de plantio. Quando em consorciação com leguminosas, o plantio pode ser feito a lanço ou em linhas espaçadas de 1,0 a 1,5 m. Para os solos ácidos, recomenda-se 2,0 a 3,0 t/ha de calcário dolomítico (PRNT = 100%) e a aplicação de 80 a 120 kg de P2O5/ha. O nível crítico interno de fósforo, relacionado com 90% da produção máxima de MS, foi estimado em 2,14 g/kg de P. A adubação potássica deve ser realizada quando os teores deste nutriente forem inferiores a 35 mg/kg, sugerindo-se a aplicação de 40 a 60 kg de K2O/ha. Em áreas de cerrado recém-desmatadas, recomenda-se aplicar 30 kg de enxofre/ha e 30 a 40 kg de FTE BR-16/ha.

Manejo e utilização - o primeiro pastejo deve ser realizado 90 a 120 dias após o plantio. Pastagens bem formadas e manejadas apresentam uma capacidade de suporte de 1,5 a 2,5 UA/ha no período chuvoso e 0,8 a 1,0 UA/ha no período seco. Os ganhos de peso/an/dia podem variar de 500 a 800 g no período chuvoso e de 200 a 400 g no período seco. Os ganhos de peso/ha/ano estão em torno de 300 a 500 kg. Em Rondônia, utilizando-se cargas animal de 2,5 e 1,2 UA/ha, respectivamente para os períodos chuvoso e seco, os ganhos de peso foram de 0,573 e 0,321 kg/an/dia, os quais foram superiores aos observados com pastagens de P. maximum cvs. Mombaça e Centenário. O pastejo deve ser iniciado quando as plantas atingem entre 0,8 e 1,2 m de altura, as quais devem ser rebaixadas até cerca de 30 cm acima do solo. Sempre que possível utilizar pastejo rotativo, de modo a otimizar o desempenho animal. Como apresenta moderada resistência à seca, recomenda-se seu diferimento (veda) no final do período chuvoso (meados de março a abril), visando o acúmulo de forragem de boa qualidade para utilização durante o período de estiagem.

FONTE: Embrapa

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