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Com o incentivo do Proálcool em 1975, houve a expansão do cultivo da cana-de-açúcar para regiões tropicais de pecuária e de produção de grãos criando assim, a oportunidade do seu uso em confinamentos de bovino de corte e na pecuária de corte. Sendo assim, o Brasil é hoje o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. A área cultivada atinge aproximadamente 5,5 milhões de hectares. Estima-se que 10% desta produção destinam-se a alimentação animal. Assim, nesta área seria produzido algo em torno de 30 milhões de toneladas de forragem verde. Isto seria o suficiente para suplementar 15 milhões de bovinos durante 150 dias ao ano. Hoje, a cana-de-açúcar vem se tornado um volumoso de uso preferencial entre os pecuaristas por apresentar características tais como, a possibilidade de sua conservação mediante silagem, persistência da cultura e o grande rendimento obtido em nossas condições.
A grande adoção da cana-de-açúcar como volumoso suplementar para a seca baseia-se na facilidade e na tradição de cultivo e, sobretudo, por consistir-se em opção competitiva, comparada a outras forrageiras. Além de apresentar alta produtividade de massa verde, baixo custo por unidade de matéria seca (MS), a manutenção do valor nutritivo até seis meses após a maturação e o período de colheita coincidente com o período de escassez de forragem nas pastagens, aliados à facilidade de obtenção de mudas e plantio.
A escolha pelos produtores das cultivares de cana é um aspecto muito importante, visto que cada material apresenta certas características particulares quanto à adaptação referente às condições de clima e de solo, à resistência a pragas e doenças e a quantidade de sacarose. Os cultivares mais utilizados é: RB 72 454, IAC 86 2480, RB 85 5536 e RB 92 80 64.
A utilização da cana-de-açúcar na alimentação animal fora do período de safra também sofre restrições porque a forragem apresenta menor valor nutritivo em virtude do baixo teor de sacarose. Por esse motivo, tem sido grande a demanda de informações sobre a ensilagem de cana-de-açúcar, técnica que permite que grandes áreas sejam cortadas em um curto espaço de tempo, na época em que a cana apresenta seu melhor valor nutritivo. O processo de ensilagem consiste em cortar a forragem no campo, picá-la em pedaços de 2 a 3 cm, compactá-la e vedar bem o silo.
A fermentação alcoólica da cana-de-açúcar ocorre naturalmente em condições naturais dentro do silo, pelas leveduras nativas (Epífitas), convertendo açúcar em etanol, água e CO2, ocorrendo redução no valor nutritivo e elevadas perdas durante a fermentação e após abertura do silo.
Com o objetivo de alterar a principal rota fermentativa ocorrida nas silagens de cana de açúcar e de reduzir as perdas do valor nutritivo nesse volumoso, têm-se usado aditivos químicos, biológicos e sequestradores de umidade que inibam a população de leveduras e/ou bloqueiam a via fermentativa de produção de álcool.
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O problema da silagem de cana é devido aos baixos teores de proteína bruta e minerais, aliados ao nível elevado de constituintes da parede celular (celulose, hemicelulose e lignina) fazem com que a digestibilidade da matéria seca desta forragem e, sobretudo, as digestibilidades das frações fibrosas sejam reduzidas, por isso se deve a utilização dos tratamentos químicos e biológicos.
Devido ao baixo valor nutricional da cana-de-açúcar, se faz necessário a utilização de suplementação com concentrados para chegar aos 7% de proteína bruta que a microbiota ruminal exige. Porém o baixo custo da silagem de cana-de-açúcar proporciona a utilização de concentrados.
A silagem de cana vem se afirmando como excelente alternativa como volumoso em algumas regiões nas dietas para ovinos e caprinos, no entanto, a técnica requer alguns cuidados, e a utilização de um inoculante específico e adequado é imprescindível para garantir a oferta de um alimento com alto valor sanitário e nutricional, que possam garantir melhor desempenho zootécnico e lucratividade do sistema
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