Produção de frango ainda está interrompida na Região Serrana
O motivo são as enchentes que arrasaram as vias de escoamento.
Há mais de um mês, propriedades permanecem do mesmo jeito no RJ.
A produção de frango está interrompida há um mês e meio em São José do Vale do Rio Preto, na Região Serrana do Rio de Janeiro. As enchentes arrasaram as vias de escoamento e não há como reiniciar a criação.
Há mais de um mês a propriedade permanece do mesmo jeito, destruída e sem receber qualquer ave. Com a ponte quebrada, Wanderley Alves não tem como escoar a produção de frango que fica do outro lado do rio. Uma pinguela está sendo improvisada, mas é insuficiente para retomar o serviço. “O principal para a gente seria uma ponte para termos como trabalhar e produzir novamente”, reclamou o criador.
São José do Vale do Rio Preto é um dos principais produtores de frango do Rio de Janeiro. Com a enchente do mês passado, cerca de 10% da produção anual do município foi perdida. Pelo menos 300 mil frangos morreram, os que sobraram, foram transportados de barco para outro lugar.
Em algumas propriedades não há muito o que ser feito. Em uma que era composta de três galpões com 20 mil frangos cada um, tudo foi perdido. Com a área interditada, não existe qualquer possibilidade de recuperação.
A Secretaria de Agricultura do município busca apoio junto ao Governo Federal para minimizar as perdas dos produtores de frango. “Nós tivemos em reunião com o coronel responsável pela defesa civil e pedimos a ele que intercedesse junto ao governo do estado agilidade para que a gente possa liberar estas pontes ou dar um laudo definitivo para o produtor poder se organizar e produzir novamente até que a situação seja normalizada”, disse Fernando Gefroá.
Os produtores que fizeram o seguro do Proagro, o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, podem receber o dinheiro em um prazo mais curto que o normal. Para isso, o agricultor tem até segunda-feira, 28 de fevereiro, para se cadastrar.
O Globo Rural foi até Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, saber mais informações. Normalmente quem tem contrato com o Proagro leva até 35 dias entre o preenchimento do formulário e a liberação do dinheiro, mas nesta ação emergencial o tempo gasto tem sido menor, o processo leva em média 14 dias. Para receber o valor do seguro, o agricultor precisa preencher e encaminhar ao Banco do Brasil uma documentação de perdas nas lavouras e também pode procurar um dos escritórios da Emater no Rio de Janeiro. Lá, os técnicos estão preparados para receber os agricultores, ajudar na realização dos laudos e no envio dos documentos ao Banco do Brasil. Na Região Serrana, mais de 1.500 agricultores tem contrato com o Proagro. Até agora foram feitas 179 comunicações de perdas em lavouras, o que corresponde a mais de R$ 2 milhões.
Segundo a Emater, as perdas estimadas na agropecuária de toda a Região Serrana do Rio de Janeiro chegam a R$ 290 milhões
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