DESCORNA EM BOVINOS 
Por: ORLANDO MENDES GASPAR
A descorna é uma prática utilizada com a finalidade de facilitar o maneio, especialmente quando se trata de criações voltadas para a produção de leite para eliminar ou diminuir o risco de agressão a pessoas ou outros animais, ou em animais destinados a estabulados em regime de semi-estabulação. Pode também ter objectivos puramente estéticos, como ocorre, por exemplo, quando os bovinos são destinados a exposições ou leilões. A total eliminação dos cornos é feita por razões meramente estéticas. Quando ela não é bem feita, é provável que o animal desenvolva um chifre reduzido e rudimentar.
Para evitar problemas futuros e diminuir as hipóteses de erros na hora de fazer a descorna, a decisão mais acertada é optar por fazê-la quando o bezerro tem idades compreendidas entre 2 dias e 2,5 meses. Um aspecto importante é queimar bem o botão do corno, incluindo suas bordas, e quando necessário cortar os pêlos localizados na área periférica de cada corno, para melhor visualizar a sua base.
VANTAGENS
1. Ocupam menos espaço no estábulo, currais e veículos.
2. Evitam-se lesões corporais.
3. Ficam menos agressivos e há menos perigo para os tratadores.
CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS
1. Altura ideal para a descorna do bezerro – 2 dias a 2,5 meses de idade
2. Não descornar animais doentes ou debilitados
3. Evitar períodos de chuva
4. Repetir o curativo diariamente até completa cicatrização.
5. Se o corno estiver grande e houver perigo de ficar o buraco aberto não fazer a descorna.
Para a descorna em animais jovens existem dois métodos: o método químico e o método térmico.
Método químico
Os produtos mais utilizados são à base de tricloreto de antimónio, hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio, podendo apresentar-se de forma líquida ou pastosa.

Apresenta algumas desvantagens tais como
1- utilização limitada em vitelos criados em grupo ou junto das mães;
2- Risco de lesar a pele e mucosas de outros animais ou o úbere da vaca;
3- Quando utilizado em excesso pode provocar queimaduras na cabeça do vitelo;
4- Risco para o próprio operador.
Método térmico
Consiste na utilização de um termocautério, deve ser feita entre as 3 e as 10 semanas de idade, logo que o botão do corno seja perceptível, mas não muito saliente. Uma intervenção sobre um corno demasiado desenvolvido, corre o risco de não ser bem sucedida permitindo o crescimento de cornos disformes. Se correctamente utilizada demora cerca de 4 minutos por vitelos e não existem perdas de sangue.

Descorna em animais adultos
É considerada descrona em animais adultos quando é realiza da em animais com mais de 18-20 meses de idade. Seja qual for o método utilizado é vantajoso a aplicação de um anestésico local, injectável na fossa temporal.
![]() | Posição correcta para infiltração da pálpebra superior (A), bloqueio do nervo auriculopalpebral (B), bloqueio na emergência do forámen infraorbitário (C), bloqueio do ramo cornual do nervo zigomatico-temporal (D) e fotografia. A anestesia para descorna é feita pela dessensibilização do nervo cornual que é um ramo da porção zigomaticotemporal (lacrimal) da divisão oftálmica do nervo trigêmeo (quinto par craniano). O local para injecção é o terço superior do sulco temporal aproximadamente 2,5 cm abaixo da base do corno (Figura 1). Uma segunda aplicação um centímetro caudal à primeira, pode ser feita nos animais adultos com cornos desenvolvidos, na intenção de bloquear o ramo cutâneo do segundo nervo cervical. O bloqueio circular da base do corno é uma alternativa que pode substituir a técnica anterior em animais com cornos pouco desenvolvidos. |
Este tipo de descorna provoca uma hemorragia que poderá ser mais ou menos intensa.
A descorna pode ser efectuada utilizando:



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