terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Banco anuncia linha de crédito para produtores rurais da Região Serrana

Agricultores das localidades de Sebastiana e Esperança, em Teresópolis,  perderam casas e parte da lavoura por causa das enchentes/ Foto: Márcio Alves - O Globo
RIO - O presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, anunciou, na manhã desta terça-feira, a criação de uma linha de crédito de aproximadamente R$ 60 milhões para o Agronegócio na Região Serrana. Ao lado do secretário estadual de Agricultura e Pecuária, Christino Áureo, Bendine informou que esse valor poderá ser ampliado de acordo com as necessidades que surgirem para auxílio aos produrores rurais da serra.
Atualmente, há cerca de 1.500 operações de créditos para produtores da região. O vencimento do pagamento desses créditos - de janeiro até junho - foram prorrogados por 180 dias. Christino Áureo disse ainda que, esta semana, a secretaria começa a fazer as perícias para identificar as perdas dos produtores para que eles tenham acesso ao seguro agrícola.
No sábado, a Secretaria estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca do Rio de Janeiro (Sedrap) criou uma comissão para avaliar a extensão da tragédia das chuvas para os produtores rurais da Região Serrana, que segundo a Secretaria estadual de Agricultura registraram R$ 269 milhões em prejuízos . Um dos objetivos da comissão da Sedrap é isentar os produtores afetados pelas chuvas da taxa de uso das Ceasas de Irajá, no Rio, e do Colubandê, em São Gonçalo. A comissão é composta por membros do corpo técnico da Sedrap e pelo presidente da Associação dos Produtores Hortifrutigranjeiros do Estado do Rio (Apherj), Delcy Resende da Silva, em parceria com a parceria da Secretaria de Agricultura, via Emater.
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Regional, Felipe Peixoto, a isenção ao produtor rural cadastrado na Ceasa pode garantir condições mínimas de comercialização aos produtores. Os comerciantes instalados na Ceasa de Conquista, em Nova Friburgo, também ganharão isenção nas taxas de uso do mercado

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Potencial de utilização de silagem de cana-de-açúcar

Fonte: Divulgação

Com o incentivo do Proálcool em 1975, houve a expansão do cultivo da cana-de-açúcar para regiões tropicais de pecuária e de produção de grãos criando assim, a oportunidade do seu uso em confinamentos de bovino de corte e na pecuária de corte. Sendo assim, o Brasil é hoje o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo.  A área cultivada atinge aproximadamente 5,5 milhões de hectares. Estima-se que 10% desta produção destinam-se a alimentação animal. Assim, nesta área seria produzido algo em torno de 30 milhões de toneladas de forragem verde. Isto seria o suficiente para suplementar 15 milhões de bovinos durante 150 dias ao ano. Hoje, a cana-de-açúcar vem se tornado um volumoso de uso preferencial entre os pecuaristas por apresentar características tais como, a possibilidade de sua conservação mediante silagem, persistência da cultura e o grande rendimento obtido em nossas condições. 

A grande adoção da cana-de-açúcar como volumoso suplementar para a seca baseia-se na facilidade e na tradição de cultivo e, sobretudo, por consistir-se em opção competitiva, comparada a outras forrageiras. Além de apresentar alta produtividade de massa verde, baixo custo por unidade de matéria seca (MS), a manutenção do valor nutritivo até seis meses após a maturação e o período de colheita coincidente com o período de escassez de forragem nas pastagens, aliados à facilidade de obtenção de mudas e plantio.

A escolha pelos produtores das cultivares de cana é um aspecto muito importante, visto que cada material apresenta certas características particulares quanto à adaptação referente às condições de clima e de solo, à resistência a pragas e doenças e a quantidade de sacarose. Os cultivares mais utilizados é: RB 72 454, IAC 86 2480, RB 85 5536 e RB 92 80 64.

A utilização da cana-de-açúcar na alimentação animal fora do período de safra também sofre restrições porque a forragem apresenta menor valor nutritivo em virtude do baixo teor de sacarose. Por esse motivo, tem sido grande a demanda de informações sobre a ensilagem de cana-de-açúcar, técnica que permite que grandes áreas sejam cortadas em um curto espaço de tempo, na época em que a cana apresenta seu melhor valor nutritivo. O processo de ensilagem consiste em cortar a forragem no campo, picá-la em pedaços de 2 a 3 cm, compactá-la e vedar bem o silo.

A fermentação alcoólica da cana-de-açúcar ocorre naturalmente em condições naturais dentro do silo, pelas leveduras nativas (Epífitas), convertendo açúcar em etanol, água e CO2, ocorrendo redução no valor nutritivo e elevadas perdas durante a fermentação e após abertura do silo. 

Com o objetivo de alterar a principal rota fermentativa ocorrida nas silagens de cana de açúcar e de reduzir as perdas do valor nutritivo nesse volumoso, têm-se usado aditivos químicos, biológicos e sequestradores de umidade que inibam a população de leveduras e/ou bloqueiam a via fermentativa de produção de álcool.

Fonte: Divulgação

O problema da silagem de cana é devido aos baixos teores de proteína bruta e minerais, aliados ao nível elevado de constituintes da parede celular (celulose, hemicelulose e lignina) fazem com que a digestibilidade da matéria seca desta forragem e, sobretudo, as digestibilidades das frações fibrosas sejam reduzidas, por isso se deve a utilização dos tratamentos químicos e biológicos.

Devido ao baixo valor nutricional da cana-de-açúcar, se faz necessário a utilização de suplementação com concentrados para chegar aos 7% de proteína bruta que a microbiota ruminal exige. Porém o baixo custo da silagem de cana-de-açúcar proporciona a utilização de concentrados.

A silagem de cana vem se afirmando como excelente alternativa como volumoso em algumas regiões nas dietas para ovinos e caprinos, no entanto, a técnica requer alguns cuidados, e a utilização de um inoculante específico e adequado é imprescindível para garantir a oferta de um alimento com alto valor sanitário e nutricional, que possam garantir melhor desempenho zootécnico e lucratividade do sistema
16/01/2011
Sergio Cabral deveria ter refletido, assumido a culpa, dizer que é responsável sim. Não há demérito em chamar para si a responsabilidade, é coisa dos grandes homens, de estadistas. Mas o nosso governador é pequeno, se fosse um cabo de vassoura no Palácio Guanabara não seria diferente


Sergio CabralAno passado as chuvas de Verão em Angra dos Reis matou centenas de pessoas, além de dezenas de Niterói. Esse ano o número chegou a mais de 600 na Região Serrana e o governador Sergio Cabral em ambas estava distante e não assumiu a culpa, é o povo que vive nas encostas, é a Prefeitura (apesar de todas terem o apoiado na eleição) que deu autorização para isso. Ele Governador só pode receber os louros, nunca as acusações e nossa imprensa é conivente.

Sergio Cabral deveria ter refletido, assumido a culpa, dizer que é responsável sim. Não há demérito em chamar para si a responsabilidade, é coisa dos grandes homens, de estadistas. Mas o nosso governador é pequeno, se fosse um cabo de vassoura no Palácio Guanabara não seria diferente.
A imprensa carioca, dependente das centenas de milhões que o governo estadual gasta em publicidade, se faz de cega. Já imaginou se fosse na época de Garotinho ou de outros? Iam ser editoriais semanais pedindo a renúncia, o impeachment, o linchamento público deles. Não chego a tanto com Sergio Cabral mas gostaria de ver os grandes jornais tomarem uma posição crítica quanto a ele.

O exemplo de Areal em que graças a um simples aviso por carro de som que evitou fatalidades mostra que centenas de mortes foram causadas pela incapacidade do Poder Público. Se é sabido que moram tantos em áreas de risco (o que, convenhamos, não era exatamente o caso de muitos bairros) porque não se tinha um sistema para emergências. Nem que fosse por SMS, ráido, sirenes, um alerta da Defesa Civil pedindo as pessoas para irem para lugares seguros.

A crise era anunciada, como mostrou uma matéria da Folha de São Paulo, nada foi feito. Sergio Cabral foi omisso, priorizou um museu no lugar da população. E, infelizmente, ficará por isso mesmo.

fonte:diário do Rio de Janeiro

Produtor rural da região serrana do Rio terá mais seis meses para pagar financiamento

Do UOL Notícias
Em São Paulo
Os produtores rurais da região serrana do Estado do Rio de Janeiro terão prorrogação de 180 dias para pagar os financiamentos de crédito rural que vencem de janeiro a março deste ano, sem a incidência de encargos, informou nesta segunda-feira (17) o secretário de Agricultura, Christino Áureo.
O secretário participou da reunião do consórcio intermunicipal, nesta segunda, na prefeitura de Teresópolis, onde estiveram presentes prefeitos dos municípios afetados, autoridades federais, estaduais e municipais. A presidência do consórcio será rotativa e com duração de oito meses. O primeiro a presidir será Jorge Mário, prefeito de Teresópolis. Depois será a vez de Paulo Mustrange, prefeito de Petrópolis, e em seguida Demerval Neto, prefeito de Nova Friburgo.
"É uma resposta aos nossos contatos iniciados com o Banco do Brasil, no dia seguinte à tragédia, solicitando um tratamento diferenciado para a liquidação dos contratos agrícolas desses produtores, que em muitos casos perderam familiares e toda estrutura de produção", afirmou Áureo.
O secretário acrescentou que a Superintendência do Banco do Brasil no Rio de Janeiro também está autorizada a prorrogar por período superior a 180 dias dívidas de produtores prejudicados, de acordo com a capacidade de pagamento de cada caso. A instituição financeira também está disponibilizando mais recursos para crédito rural no Estado, inclusive para a aquisição de benfeitorias e aquisição de animais

domingo, 16 de janeiro de 2011

Governo prepara ações para recuperar produção rural

 

Ascom Governo do Estado do Rio
Tragédia da Região Serrana afeta produção de alimentos
Destruição: Tragédia da Região Serrana afeta produção de alimentos

Rio
Comunidades rurais da Região Serrana ainda permanecem isoladas, após a maior tragédia climática ocorrida no país. Somente em Teresópolis, 15 delas continuam sem acesso. A chuva que permanece na região prejudica o trabalho de recuperação de estradas e pontes que ligam às áreas responsáveis pela produção de quase 60% das verduras e legumes que abastecem a população fluminense.
Na sexta-feira, o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, acompanhado do prefeito de Teresópolis, Jorge Mário e do Presidente da Faerj - Federação de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, Rodolfo Tavares, percorreu trechos da zona rural do município, às margem da RJ 130, a fim de iniciar o planejamento de ações para recuperação da estrutura produtiva do chamado cinturão verde fluminense.
Acompanhe as notícias do DIÁRIO DO VALE também pelo Twitter.
Localidades como Vieira e Bom Sucesso foram fortemente afetadas pela tragédia, comprometendo, inclusive, a fertilidade do solo. - Constatamos que aglomerados típicos de produtores sofreram uma verdadeira devastação. Espaços que parecem hoje terrenos vazios eram, na verdade, pequenas propriedades rurais, organizadas em áreas de meio hectare e foram totalmente arrasadas. A fertilidade do solo nesses locais ficou comprometida.
Precisaremos do apoio da Embrapa Solos e da nossa equipe da Pesagro (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro) para tentar recuperar as condições de produção. O solo fértil é o bem mais precioso para que o agricultor possa sobreviver de sua atividade. Sem ele, não há o que fazer - disse o secretário.
Na localidade de Estrelinha, o cenário encontrado também é desolador. A terra de algumas propriedades foi tão devastada que restou apenas uma camada de pedras sobre as áreas plantadas. Estufas, estruturas de aço utilizadas para cultivo protegido e que garantem maior produtividade para as culturas, viraram verdadeiros emaranhados de ferro retorcido, arrastadas pela força das águas. Sistemas de irrigação foram comprometidos.
Hoje, a Secretaria de Agricultura vai enviar para as áreas rurais dos municípios atingidos, técnicos do Programa Rio Rural, da Defesa Agropecuária, Emater - Empresa de Extensão Rural e Pesagro- Empresa de Pesquisa Agropecuária. Essas equipes, que integram a força emergencial criada para apoiar a zona rural e reestruturar a produção agrícola dessa Região, farão um levantamento detalhado da situação.
- Nesse primeiro momento, a principal preocupação é recuperar as condições de vida para a população. Estamos colaborando com a prefeitura, DER e Defesa Civil na desobstrução de estradas e recuperação de pontes para restabelecer o acesso às regiões ainda isoladas - informou Christino Áureo. O presidente da Federação de Agricultura do Estado, Rodolfo Tavares, afirmou que junto com o poder público a Faerj, o Senar e o Sebrae também estarão presentes na região.
- Vamos todos colaborar para que possamos reorganizar um setor tão importante para a população, que é o da produção de alimentos. Segundo o prefeito Jorge Mário, a preocupação nesta hora é prestar assistência às vítimas e restabelecer os acessos. Mas, num segundo momento o município necessitará de recursos para recuperar suas lavouras perdidas.- Estamos hoje com o secretário de Agricultura, por ordem do governador Sérgio Cabral, para mapear e levantar todos os dados a fim de elaborar um relatório e buscar recursos para a reconstrução da estrutura produtiva no nosso município- finalizou o prefeito

Fonte:Diário do Vale

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Em Nova Friburgo (RJ), rio muda de curso por causa de entulho

Vitor Abdala
Enviado Especial da Agência Brasil
Em Nova Friburgo
Um dos distritos mais afetados pelas chuvas em Nova Friburgo, Córrego Dantas é uma comunidade destroçada. Para onde quer que se olhe, há casas completamente destruídas, árvores caídas, lama na estrada e muitos pontos de alagamento. Um rio mudou o curso, devido à grande quantidade de entulho depositada no leito natural pela enxurrada. O rio, agora,  corre por uma das ruas principais do distrito.

Tragédia das chuvas no Rio de Janeiro

Foto 37 de 42 - 14.jan.2011: Igreja destruída pela enchente em Teresópolis. A prefeitura da cidade abriu 300 valas para enterrar os mortos Mais Bruno Domingos/Reuters
Uma senhora, que diz que pediu a Deus para não morrer na madrugada do temporal, olha desolada para o que restou da casa dela, ao lado do rio. Na Rodovia Teresópolis-Nova Friburgo, que corta a comunidade, pedras de quase dois metros de altura foram parar no meio da pista.
O número de mortos foi elevado em Córrego Dantas e o socorro do Corpo de Bombeiros demorou a chegar, devido às dificuldades de acesso ao local. Hoje (14), para chegar ao distrito, a equipe de reportagem da Agência Brasil enfrentou um grande engarrafamento. Em alguns trechos da rodovia, por causa dos deslizamentos de terra, só passa um carro por vez.
Alex Nunes de Aguiar, de 38 anos, abandonou a casa onde morava com a mulher e dois filhos. Agora está alojado na casa de um amigo. “Eu não volto para cá nunca mais. Na casa do meu vizinho, morreu todo mundo”, conta ele, apontando para a casa onde morava, que continua inteira, próxima a uma encosta.

Produtor da região serrana do RJ terá mais tempo para pagar taxa da Ceasa

A medida quer evitar o desabastecimento de hortaliças e legumes no estado

por Agência Brasil
Antonio Lacerda/EFE
Os deslizamentos de terra, o transbordamento de rios e o bloqueio de estradas dificultam o transporte e fazem com que os produtos fiquem mais caros
Os produtores familiares da região serrana do Rio de Janeiro afetados pelas chuvas dos últimos dias terão mais tempo para pagar a taxa de uso das instalações da Central de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (Ceasa/RJ). A medida, anunciada nesta sexta-feira (14/01), quer evitar o desabastecimento de hortaliças legumes no estado. A região serrana é maior produtora de legumes e verduras do Rio. 

A sitiante Maria de Fátima Anselmo, de Petrópolis, conta que a enxurrada da madrugada de quarta-feira (12/01) arrasou toda a plantação de chuchu, um canteiro de flores comestíveis e o maquinário utilizado no semeio. "O meu prejuízo é de cerca de R$ 10 mil", estima. 

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento, o produtor que comercializa na Ceasa terá um período de carência para o pagamento da tarifa de uso do entreposto.
A Ceasa está monitorando o preço de 35 produtos e, desde ontem, registrou aumento de preços em mais da metade deles. A secretaria informa que nesta sexta-feira o movimento de caminhões aumentou e os preços estão se normalizando. "Com essa melhoria, a retomada dos preços recua, alcançando novamente patamares próximos aos praticados antes da tragédia", diz nota divulgada pela secretaria. 

Além de ampliar o prazo de pagamento para os produtores, a Ceasa montou um gabinete de gestão de crise para administrar o recebimento e a distribuição de donativos às vítimas da tragédia

Comércio do Rio fica sem verduras e legumes produzidos na Região Serrana

A dona de casa Regina Cylllio encontrou preços altos no supermercado / Crédito: Fabiano Rocha

Ana Paula Viana, Danielle Abreu, Danielle Moitas, Fabiana Paiva e Mario Campagnani
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O Rio já começou a sofrer com o desabastecimento e a disparada nos preços de legumes e verduras por causa dos estragos provocados pela chuva na Região Serrana. A pouca produção desembarcada ontem na Ceasa de Irajá — principal centro de distribuição do estado — tinha um custo até três vezes mais alto do que o de quarta-feira. O preço do amarrado de espinafre e de agrião, por exemplo, passou de R$ 0,70 para R$ 2 em um dia.
— Mais de 80% dos produtores não vieram. A maior parte das plantações do estado fica justamente na região atingida — explicou o gerente de mercado da Ceasa, Edson Nogueira Marques.
Allan Cardoso, de 29 anos, que produz verduras em Teresópolis com a família, foi um dos atingidos.
— Acabou tudo. É um desespero. Plantação agora só daqui a uns 30 dias. Isso se não chover mais — lamentou.
Segundo o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz, até março, os preços de verduras e legumes deverão ficar instaveis:
— Essa é uma época típica de preços altos, por causa das chuvas e do calor forte, que estragam a plantação. Para não gastar tanto, a dica é aproveitar a xepa nas feiras e as promoções-relâmpago dos supermercados — disse.
Escassez
Supermercados e hortifrutis ficaram com as prateleiras vazias. Na rede Prezunic, a oferta foi reduzida à metade ontem, segundo o diretor da rede, Genival Beserra.— Não conseguimos conversar com os produtores ainda. A tendência é que o abastecimento comece a piorar amanhã (hoje) e os preços aumentem — afirmou.O mesmo ocorreu no Guanabara. Na unidade da rede em Realengo, na Zona Oeste do Rio, a dona de casa Regina Cylllio, de 53 anos, teve que deixar de lado a couve, a alface e o brócolis:
— Se os preços ficarem muito altos, o jeito vai ser substituir por outra coisa.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Política Agrícola > Agricultura Familiar

MG: Projeto de Combate à Pobreza Rural vai beneficiar 21,5 mil famílias mineiras em 2011




Em 2011, o Governo de Minas Gerais vai investir um total de R$ 11,6 milhões no Projeto de Combate à Pobreza Rural do Estado de Minas Gerais (PCPR/MG). Os recursos serão destinados à implantação de 363 projetos nas seguintes categorias: produtivo, infraestrutura e social. A iniciativa vai beneficiar 21,5 mil famílias dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas. 

O PCPR/MG é desenvolvido pelo Governo de Minas Gerais com apoio do Banco Mundial (Bird) e tem por objetivo desenvolver ações para amenizar a pobreza e buscar soluções para desenvolver as comunidades onde atua, financiando projetos comunitários. 

A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan) por meio do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene). Atualmente 188 municípios são beneficiados. O Projeto é voltado para comunidades rurais e urbanas organizadas em grupos de interesses comuns, trabalhadores e pequenos produtores rurais, artesãos e grupos de pescadores. 

Os extensionistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) participam ativamente de reuniões com os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) e associações para identificar as prioridades dos municípios. A partir dessas reuniões são definidos quais projetos do PCPR/MG serão implantados. É o extensionista da Emater-MG quem elabora os projetos técnicos, que são encaminhados para aprovação dos CMDRS e, posteriormente, ao Idene, responsável pela avaliação das propostas. 

A assinatura dos convênios viabiliza o repasse dos recursos diretamente na conta da entidade para a execução. Após a implantação dos projetos, a Emater-MG continua prestando assistência às famílias e acompanhando o desenvolvimento dos projetos. 

Entre 2006 e 2010 foram investidos R$ 95 milhões, beneficiando 115 mil famílias. Foram elaborados 2.093 projetos. Até 2009 foram construídos 179 centros sociais comunitários, em 87 municípios e cerca de 9.500 famílias beneficiadas. Foram implantados 415 sistemas de abastecimentos de água em 112 municípios. Outro projeto importante é o de mecanização agrícola (compra de máquinas para a produção) que beneficiou 13.500 famílias em 127 municípios. 

Novo Cruzeiro 
A família de Orlando Neres da Silva, do município de Novo Cruzeiro, no Vale do Jequitinhonha, foi uma das beneficiadas pelo PCPR/MG. Até bem pouco tempo o produtor tinha de preparar o terreno para o plantio da horta sem o auxílio de máquinas. “Era um tempo que a gente não usava bota. A terra tava cheia de formiga. E a gente tinha de aguentar tudo isso para plantar e produzir”, lembra Orlando Neres. 

Mas, por meio do PCRP/MG o trabalho se tornou mais prático. Agora o preparo do terreno na propriedade do “seu” Orlando é feito com um microtrator. É assim também nas propriedades de outras famílias de Novo Cruzeiro. Somente com projetos de mecanização agrícola foram beneficiadas 467 famílias. 

O extensionista da Emater-MG, Albert Tutancamon, acompanha de perto o trabalho dos agricultores. Segundo ele, as máquinas que os produtores receberam facilitam e agilizam o plantio das hortas. “Esses microtratores podem ser usados também desde o preparo do solo e canteiro até o transporte de insumos e alimentos”, diz o extensionista. 

Pai Pedro 
No total, 12 projetos do PCPR/MG foram implantados no município de Pai Pedro, no Norte de Minas: cinco de mecanização agrícola, dois de tanques de resfriamento de leite, uma fábrica de farinha, dois centros comunitários, um projeto de telefonia rural e um projeto de aquisição de matrizes leiteiras. Ao todo, 973 famílias foram beneficiadas. O município recebeu recursos no valor de R$ 837.203,00. 

Em Pai Pedro, o que mais se vê é lavoura de sorgo. A pecuária mista é a principal atividade do município. Daí a importância da cultura do sorgo. Há dois anos, foi implantado no município o PCPR/MG para evitar possíveis perdas nas lavouras e ao mesmo tempo aumentar a produção. 

Os agricultores escolheram quais projetos eram prioritários. Eles optaram pela aquisição de máquinas agrícolas, aquisição de implementos agrícolas e a construção de um centro comunitário social. Foram beneficiadas 11 associações. O investimento no município por meio do Projeto de Combate à Pobreza Rural chegou a R$ 456.260,88. 

A cidade de Pai Pedro foi contemplada com 11 projetos: seis de implementos agrícolas, quatro de aquisição de máquinas agrícolas e um centro social. Na área de implementos, por exemplo, os agricultores receberam equipamentos como pulverizador e plantadeira de tração animal. “Um dos problemas na região é a falta de mão de obra. Mas, com esses implementos, os produtores poderão desempenhar suas atividades no menor tempo possível”, diz o extensionista Alfredo Coelho. 

Antes do Projeto de Combate à Pobreza Rural, o município tinha apenas um trator para atender os agricultores. Por meio do PCPR/MG, eles receberam mais quatro. As máquinas são utilizadas no preparo do terreno, no plantio e na colheita do sorgo. “Estes projetos têm ajudado a melhorar a atividade do agricultor familiar. Muitos deles não tinham condições de preparar o solo em tempo hábil”, diz o extensionista Fernando Costa. 

O pecuarista João Alves cultiva sorgo para alimentar o gado. Ele e a esposa cuidam sozinhos da plantação. São quatro hectares de área plantada e muito trabalho. Com a chegada dos implementos e dos tratores a vida deles ficou mais tranquila. “Agora eu e minha esposa conseguimos dar conta do serviço com mais facilidade”, diz João Alves.

Fonte: Governo de Minas Gerais